sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Defesa mestrado Patricia Bieging

Título: Da busca de popularidade às práticas de bullying: crianças e produção de sentidos infantis a partir de artefatos midiáticos.

Orientadora: Dra. Gilka Elvira Ponzi Girardello

Onde: Centro de Educação da UFSC - sala 618
Horário: 14h30min
Dia: 11 de agosto - quinta-feira


Banca examinadora:
- Dr. João Luís Anzanello Carrascoza (ESPM - USP)
- Dra. Maria Isabel Orofino (ESPM)
- Dra. Monica Fantin (UFSC)
Suplente: Dra. Jucirema Quinteiro (UFSC)





RESUMO: 

Este trabalho tem como objetivo entender como as crianças se relacionam com as representações identitárias produzidas pelas mídias, e como tais representações são eventualmente efetivadas nas práticas culturais cotidianas das crianças. O foco é verificar o que as crianças dizem sobre estas diferentes identidades em que o sistema das mídias parece desejar enquadrá-las e como se sentem em relação a elas. A cultura das mídias possui uma grande participação no processo de construção de significados e identidades vivido pelas crianças, como mostra uma tradição de pesquisa já consideravelmente consolidada. Considero que a cultura da mídia colabora muito, e de forma complexa, com a constituição de modos de pensar e agir, tanto no sentido da massificação e padronização do cotidiano, como eventualmente abrindo espaços para processos alternativos de formação de identidade. A programação serializada da televisão leva à criança uma relação de proximidade com a multiplicidade dos significados sociais, tanto pela sua forma quanto pelas identidades inscritas nos personagens. Esses fatores passam a gerar processos de identificação com os personagens e as situações apresentadas. Este trabalho fundamenta-se principalmente nos Estudos Culturais, buscando inspirações e respostas em situações de recepção envolvendo crianças de 9 a 12 anos, meninos e meninas. Em síntese, foi mostrado às crianças um episódio do seriado Hannah Montana, do Disney Channel, e o desenho animado Zica e os Camaleões, ganhador do prêmio de melhor animação na 9ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, em 2010 – produzido em São Paulo, entendidos como textos geradores de análise e discussões em grupos focais e entrevistas semiestruturadas. A interpretação levou em conta as situações levantadas pelas crianças e também as questionadas por mim, considerando os significados produzidos a partir dos vídeos examinados, além daqueles que foram criados a partir do contexto sociocultural das crianças. Assim, me baseei não apenas nos discursos da mídia, mas em grande parte no que as crianças disseram sobre eles. A pesquisa evidenciou que apesar da qualidade e da quantidade de equipamentos de mídias serem diferentes, as crianças possuem acesso semelhante a eles, com exceção da TV por assinatura. As categorias estereotipadas apresentadas nas produções midiáticas – como, por exemplo, “populares”, “perdedores”, “fracassados”, “nerds”, “normais”, entre outras –, também se mostraram presentes no cotidiano escolar das crianças participantes. Apesar de as crianças naturalmente se dividirem em grupos, com ou sem a televisão, pois isso é próprio da vida social, foi possível perceber como isso acontece hoje a partir da televisão. Mesmo que o bullying não tenha sido o tema inicial desta pesquisa, ele surgiu nas falas das crianças participantes, que relataram que a violência está diretamente ligada à classificação dos grupos no espaço escolar. Ficou evidente que a causa desta divisão entre as crianças está muito mais ligada à intolerância e a desigualdade social, do que unicamente no que as mídias podem sugerir. Esta pesquisa tem como base teórica, entre outros: Ana Carolina Escosteguy, David Buckingham, Douglas Kellner, Edgar Morin, Edmir Perrotti, Gilka Girardello, Jesús Martín-Barbero, Joseph Tobin, Rosa M. B. Fischer e Stuart Hall.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Defesa mestrado Patricia Bieging

Título: Da busca de popularidade às práticas de bullying: crianças e produção de sentidos infantis a partir de artefatos midiáticos.

Orientadora: Dra. Gilka Elvira Ponzi Girardello

Onde: Centro de Educação da UFSC - sala 618
Horário: 14h30min
Dia: 11 de agosto - quinta-feira


Banca examinadora:
- Dr. João Luís Anzanello Carrascoza (ESPM - USP)
- Dra. Maria Isabel Orofino (ESPM)
- Dra. Monica Fantin (UFSC)
Suplente: Dra. Jucirema Quinteiro (UFSC)





RESUMO: 

Este trabalho tem como objetivo entender como as crianças se relacionam com as representações identitárias produzidas pelas mídias, e como tais representações são eventualmente efetivadas nas práticas culturais cotidianas das crianças. O foco é verificar o que as crianças dizem sobre estas diferentes identidades em que o sistema das mídias parece desejar enquadrá-las e como se sentem em relação a elas. A cultura das mídias possui uma grande participação no processo de construção de significados e identidades vivido pelas crianças, como mostra uma tradição de pesquisa já consideravelmente consolidada. Considero que a cultura da mídia colabora muito, e de forma complexa, com a constituição de modos de pensar e agir, tanto no sentido da massificação e padronização do cotidiano, como eventualmente abrindo espaços para processos alternativos de formação de identidade. A programação serializada da televisão leva à criança uma relação de proximidade com a multiplicidade dos significados sociais, tanto pela sua forma quanto pelas identidades inscritas nos personagens. Esses fatores passam a gerar processos de identificação com os personagens e as situações apresentadas. Este trabalho fundamenta-se principalmente nos Estudos Culturais, buscando inspirações e respostas em situações de recepção envolvendo crianças de 9 a 12 anos, meninos e meninas. Em síntese, foi mostrado às crianças um episódio do seriado Hannah Montana, do Disney Channel, e o desenho animado Zica e os Camaleões, ganhador do prêmio de melhor animação na 9ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, em 2010 – produzido em São Paulo, entendidos como textos geradores de análise e discussões em grupos focais e entrevistas semiestruturadas. A interpretação levou em conta as situações levantadas pelas crianças e também as questionadas por mim, considerando os significados produzidos a partir dos vídeos examinados, além daqueles que foram criados a partir do contexto sociocultural das crianças. Assim, me baseei não apenas nos discursos da mídia, mas em grande parte no que as crianças disseram sobre eles. A pesquisa evidenciou que apesar da qualidade e da quantidade de equipamentos de mídias serem diferentes, as crianças possuem acesso semelhante a eles, com exceção da TV por assinatura. As categorias estereotipadas apresentadas nas produções midiáticas – como, por exemplo, “populares”, “perdedores”, “fracassados”, “nerds”, “normais”, entre outras –, também se mostraram presentes no cotidiano escolar das crianças participantes. Apesar de as crianças naturalmente se dividirem em grupos, com ou sem a televisão, pois isso é próprio da vida social, foi possível perceber como isso acontece hoje a partir da televisão. Mesmo que o bullying não tenha sido o tema inicial desta pesquisa, ele surgiu nas falas das crianças participantes, que relataram que a violência está diretamente ligada à classificação dos grupos no espaço escolar. Ficou evidente que a causa desta divisão entre as crianças está muito mais ligada à intolerância e a desigualdade social, do que unicamente no que as mídias podem sugerir. Esta pesquisa tem como base teórica, entre outros: Ana Carolina Escosteguy, David Buckingham, Douglas Kellner, Edgar Morin, Edmir Perrotti, Gilka Girardello, Jesús Martín-Barbero, Joseph Tobin, Rosa M. B. Fischer e Stuart Hall.